Conheça a história do surf feminino
Se hoje temos a liberdade e a alegria de surfar livremente pelas praias do Brasil e do mundo afora, é porque existiram mulheres que lutaram pelo surf feminino quando o esporte ainda era dominado apenas por homens.
Claro que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é igualdade de gênero no surf. Mas é justamente essa consciência que nos traz a importância de celebrarmos as mulheres que desempenharam papéis fundamentais na história do surf feminino.
Afinal, elas foram as primeiras a vencerem o preconceito e a discriminação em nome do amor pelo mar, pelas ondas e pelo estilo de vida que o surf proporciona.
A história do surf feminino mundial
Pode parecer paradoxo fazer uma ligação entre a realeza do século XVI e o surf feminino, mas foi a Princesa havaiana Kaneamuna a responsável por manter a tradição do surf viva durante a integração do Havaí aos Estados Unidos.
Inclusive, a prancha de surf mais antiga - uma alaia, prancha de madeira sem quilhas – foi encontrada na caverna funerária da princesa. Foi com essa alaia que Kaneamuna protestou contra os missionários americanos que, na época, proibiram qualquer manifestação cultural havaiana. Sabe o que ela fez como protesto? Foi surfar!
Já no século XX, a surfista australiana Isabel Letham entrou para a história do surf feminino quando o lendário havaiano Duke Kahanamoku visitou a Austrália. Ele treinou Isabel, que ficou conhecida como pioneira do surf em pé na maior ilha do mundo.
A história do surf feminino no Brasil
Margot Rittscher, nascida nos Estados Unidos e naturalizada brasileira, é considerada a mãe do surf feminino no Brasil. Em 1936, ela veio para Santos com sua família e escandalizou muita gente ao surfar com sua tábua de madeira no litoral paulista.
Por incrível que pareça, o surf feminino no Brasil só teve sua primeira competidora profissional depois de mais de 40 anos. Em 1980, Brigitte Mayer, uma surfista natural de Maricá (RJ), começou as competições.
Nos anos 90, ela foi a primeira brasileira a disputar uma etapa do Circuito Mundial de Surf. Aos 30 anos, Brigitte chegou a ser campeã brasileira. Em 2019, ela foi eleita a primeira mulher presidente da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp).
Em 1991, a carioca Andrea Lopes levou o surf feminino brasileiro para outro patamar ao ser a primeira brazuca a conquistar um título de etapa do WCT. Referência até hoje para muitas surfistas, ela tem no currículo nada menos do que nove títulos brasileiros e um pan-americano.
Em 2002, a natural de Florianópolis Jaqueline Silva foi vice-campeã mundial de surf, vencendo várias etapas do circuito em sua carreira, além de ter sido bicampeã do WQS (divisão de acesso).
É claro que não podemos terminar a história do surf feminino no Brasil sem falar de Silvana Lima. A cearense ficou em 2º lugar por duas vezes no circuito mundial (2008 e 2009) e foi 8 vezes a melhor surfista do Brasil, além de ter representado nosso país nas Olimpíadas de Tóquio.
Silvana mostrou ao mundo um estilo de surf cheio de manobras radicais. Seu amor e dedicação pelo surf feminino não se abalaram nem mesmo durante momentos difíceis, quando ficou sem patrocínio por conta de lesões. Mas ela deu a volta por cima, tornando-se uma atleta olímpica e é competidora até hoje.
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